quinta-feira, 17 de junho de 2010

Reflexão

Reflexão sobre o relacionamento de Jesus e seus pais

São muitos os detalhes sobre a vida de Jesus que nem sempre são observados por nós ao estudarmos as Escrituras.
Alguns deles são: apareceu-lhe um anjo – Deus se revelava e era reconhecido; então cumpriu o que foi dito pelo profeta... pra quem esperava a tanto tempo é importante citar que o que ocorria foi predito muito antes – eles não estavam distraídos espiritualmente! Na genealogia, cap.1, constam 42 gerações de Abraão até o nascimento de Jesus, distribuídas em três grupos de 14 gerações cada. E por aí vai.

Hoje, um desse detalhes chamou-me a atenção enquanto lia o evangelho de Mateus.

A partir do v.18 começa o relato do seu nascimento. A delicada relação entre os noivos José e Maria após o anuncio de sua gravidez, e a dignidade ou covardia de José planejando deixá-la secretamente, sendo impedido pela revelação sobrenatural em um sonho. José entendeu então o que acontecia e manteve o compromisso, honrando Maria e o casamento.

Esse início tão diferente em um relacionamento conjugal refletiu-se mais tarde como um traço marcante dessa união, guiando-os no cuidado, ensino e proteção durante o crescimento de Jesus, apresentado por Mateus como - O Rei.

Parei em 1.23 que é a citação da profecia de Isaías 7.14. Fui até o livro profético e fiz a leitura.
E foi aí que me surpreendi com a seguinte citação nos versos 15 e 16:
“Ele comerá coalhada e mel até a idade em que saiba rejeitar o erro e escolher o que é certo. Mas, antes que o menino saiba rejeitar o erro escolher o que é certo...” (NVI)

Procurei outras versões e mencionam a mesma coisa. Três questões me chamaram a atenção:
1- Há um tempo de dependência completa.
2- Há um tempo para saber rejeitar o que é errado.
3- Há um tempo para saber escolher o que é certo.

1-Nesse tempo de dependência completa inclui receber alimentação muito leve – “comerá coalhada e mel até a idade...”, coisas para quem ainda não está com o organismo resistente o bastante para comer carneiro assado. Ou que, por descuido, seja ingerido algum alimento contaminado, intoxicando e causando danos muito sérios à saúde da pessoa. O dependente precisa de constante observação e cuidado de adultos responsáveis.

2- A partir de que idade uma criança saberá rejeitar o que é errado? Como ela aprenderá a fazer isso? Antes de rejeitar é preciso conhecer. Para conhecer é preciso que haja alguém que saiba e que esteja pronto a transmitir isso de maneira adequada. Pensando em Jesus, fiquei intrigada por ter o profeta Isaías explicitado esses dois detalhes, dando-lhes relevância pela seguida repetição. Jesus, o Rei, nascido de Maria e criado por ela e José, precisaria aprender a rejeitar o que é errado e caberia à eles, como pais, ensiná-lo. José evidenciou estar apto para isso quando, depois de alertado pelo anjo durante o sonho, decidiu rejeitar o que era errado – fugir secretamente. Deus mesmo o ensinou. José aprendeu e praticou.

3- A partir de que idade uma criança sabe fazer escolhas certas? Muitos chegam à fase adulta da vida sem ainda saberem decidir sobre aspectos básicos da vida... Não é suficiente saber rejeitar o errado porque deixa o “espaço aberto” na mente e coração. É necessário decidir, escolhendo o que é certo. Então, da mesma maneira como no item anterior, é preciso aprender a fazer ambas as coisas: rejeitar o que é errado e escolher o que certo. Pressupõe-se que não acontecem naturalmente, espontaneamente. São aprendidos. Tem alguém que já sabe e ensina a alguém que quer aprender. Pensando em Jesus, ele foi ensinado em casa até os doze anos quando então foi levado ao templo pela primeira vez. Diz o texto Sagrado que Jesus “discutia com os doutores...” Maria, sua mãe estava apta a ensiná-lo, como o fez, porque conhecia bem as profecias. Quando o anjo lhe anunciou que fora escolhida por Deus, identificou de imediato a grandeza da revelação que lhe fora feita e tomou a decisão certa – obedeceu. Pode ensinar bem porque tinha autoridade conquistada pela experiência.

Pode haver um tempo entre aprender a rejeitar o que é errado até aprender a escolher o que é certo. Primeiro aprendemos a dizer “não” só depois é que aprendemos os seus “porques”. Quando entendemos os motivos do não, é que compreendemos que precisamos escolher entre as opções: as boas e as ruins. Até chegarmos a aprender que as decisões mais difíceis não são entre coisas boas e ruins, mas entre as boas e as ótimas!

“Ele comerá coalhada e mel até a idade em que saiba rejeitar o erro e escolher o que é certo. Mas, antes que o menino saiba rejeitar o erro escolher o que é certo...” Que saibamos fazer nossas escolhas acertadamente. Que sejamos pais experientes, aptos para ensinar nossos filhos desde seu nascimento até que sejam maduros o bastante para tomarem as próprias decisões. “Ensina a criança no caminho em que deve andar...” é uma tarefa constante.


06 de junho de 2010
Talita Antunes de Almeida Oliveira

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